Treinadores: contributo para o Plano de Recuperação e Resiliência!
Plano de Recuperação e Resiliência - Recuperar Portugal construindo o futuro (PRR) – Contributo da Confederação de Treinadores de Portugal
A Confederação de Treinadores de Portugal tem acompanhado quase ao minuto tudo o que a pandemia tem provocado no nosso País (e no Mundo) nas diversas áreas da sociedade, com maior ênfase no Desporto.
De forma assertiva e com propostas concretas temos tentado, desde o dia 18 de março de 2020, que o Desporto e tudo o que o envolve (praticantes, treinadores, dirigentes, clubes, federações, etc.) não seja esquecido nas decisões a tomar para a recuperação de Portugal.
Aquando do debate público sobre o documento “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030” a Confederação de Treinadores enviou diversos contributos. Na altura, depois da leitura das 142 páginas que constituíam o documento, a maior preocupação (e estranheza) que a Confederação de Treinadores manifestou foi a de não encontrar qualquer referência direta ou indireta à área do Desporto. Aliás, a palavra Desporto não foi uma única vez utilizada em todo o documento. Após essa introdução inicial, a Confederação de Treinadores apresentou 10 propostas concretas, demonstrando a importância do Desporto em Portugal e como esta sua importância podia, e devia, ser potenciada e enquadrada na “Visão Estratégica” e assim contribuir para um Portugal mais forte pós-pandemia.
Infelizmente, após esse infeliz documento para o Desporto, somos agora confrontados com o debate público sobre o “Plano de Recuperação e Resiliência - Recuperar Portugal construindo o futuro (PPR)” e, mais uma vez, o Desporto, enquanto área social e económica (e palavra) é ignorado (aparece apenas uma referência na página 147, incluído na Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoa com Deficiência 2021-2025, alínea i) Dinamizar a inclusão através do desporto, cultura e lazer).
Mais uma vez, e na linha do documento “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030” o Desporto continua a passar por uma indiferença tão declarada e tão prejudicial em todos os elementos que compõem este dinâmico sistema de desenvolvimento quer dos praticantes, nas diversas etapas de formação, quer mesmo, numa prática regular do exercício físico contemplado na dimensão da saúde. Os reflexos desta indiferença verificar-se-ão a médio prazo quer na queda do nível de excelência, diga-se, na construção de equipas com elevado nível de desempenho desportivo, quer ao nível da formação, vulgo Desporto infanto-juvenil.
Acrescentamos, nesta matéria, 2 factos: 1. O Desporto constitui em Portugal (antes da pandemia) 1,2% do valor acrescentado bruto e vale 1,4% do emprego; 2. O Governo português definiu como objetivo, no Orçamento de Estado para 2021, “colocar Portugal no lote dos 15 países com mais prática de atividade física e desportiva da União Europeia, até 2030” estando em Dezembro de 2017 em penúltimo lugar.
O facto do Desporto não ser contemplado como uma prática com impacto desportivo, formativo, cultural, económico e de prevenção da saúde física e mental, transversal a toda a população, poderá lançar o Desporto em situações de grande dificuldade em recuperar a atual crise acrescentando o facto de ser uma área já muito debilitada mesmo ainda antes da crise epidémica.
Assim, e utilizando como referência os Seis Pilares Relevantes da Política da EU (em que o documento também se baseia), apresentamos as nossas sugestões de como o Desporto se encaixa em cada um deles e deveria ter sido contemplado de forma clara e explícita: