O Treinador Jovem
O último painel do 10.º congresso versou sobre “o treinador jovem”. Moderado por Rui Resende, professor do ISMAI e treinador de corfebol, o último painel reuniu Fábio Pereira, treinador de Natação no Clube Fluvial Vilacondense; Isabel Teixeira, treinadora de Corfebol e selecionadora da Austrália; Nuno Pereira, treinador de Voleibol e ainda José Miguel Araújo, treinador de Basquetebol.
Os primeiros passos numa carreira são marcantes e Rui Resende convidou cada um dos palestrantes a contar as suas experiências.
“Comecei aos 19 anos. Praticava corfebol e era única nos seniores do meu clube que jogava na seleção nacional. Comecei como treinadora-adjunta da equipa B, mas pouco depois tive de assumir a equipa. Eram meus amigos, colegas de faculdade e até a minha treinadora na equipa era minha jogadora. Eram todos mais velhos. A solução foi liderar pelo exemplo. Temos de ser honestos, estabelecer critérios e aplicá-los. Eu, por exemplo, decidi passar a premiar a assiduidade aos treinos e a esquecer os resultados…”, partilhou Isabel Teixeira.
O percurso de José Miguel Araújo foi diferente: “Aos 15 anos, o meu treinador disse-me que eu não tinha hipótese de jogar ao mais alto nível, mas dois dias depois perguntou-me se queria ser treinador”.
Como em tudo na vida, cada história é diferente da anterior e isso mesmo comprovou o testemunho de Nuno Pereira… “Fui um praticante mediano de voleibol. Joguei entre primeira e segunda divisão. Era esforçado. Um ano entrei na faculdade, mas optei por voltar ao 12.ª ano para subir as notas e sugeriram-me ajudar no mini-vólei. Assim fiz e com 18 anos iniciei-me, ainda sem curso, que viria a tirar apenas no ano seguinte”.
Também há quem assuma o desafio por necessidades financeiras. Que o diga Nuno Pereira: “Era atleta de alto rendimento e lutava por jogos olímpicos. Tive de entrar no mercado de trabalho para fazer face às despesas e comecei como treinador-adjunto”, partilhou, congratulando-se por tudo que se seguiu nesta caminhada: “Foi tudo muito rápido. Há 6 anos, passei a ser treinador principal e diretor técnico e logo no segundo ano a Catarina Monteiro conseguiu apuramento para os Jogos Olímpicos”.
Dos primeiros passos até à afirmação, é o desafio seguinte. Rui Resende fez a pergunta de forma direta: “que competências vos diferenciaram”?
“Procurei sempre informação junto dos melhores. Realizei estágios fora de Portugal. Sou organizado e a organização, associada à resiliência e à avaliação rigorosa e constante do processo, foram as minhas armas”, contou Nuno Pereira.
José Miguel Araújo, num registo diferente, revelou que “imitava” o que os seus treinadores faziam e contou, com um sorriso, que “era muito desorganizado” e que “foi o basquetebol” que lhe deu essa qualidade.
Já Isabel Teixeira contou que teve “a sorte” de “ter um selecionador holandês” com o qual aprendeu. Mas o facto de ter funções de dirigente e de capitã de equipa no clube foi também decisivo.
A conversa prolongou-se, ritmada e com entusiasmo contagiante, durante uma hora e temas como as diferenças entre treinar rapazes e raparigas, ou o abandono desportivo foram alvo de partilha.
Veja todas as fotos do 10º Congresso na Galeria. Recordamos a todos os que participaram, tanto presencial como de forma online, que todas as sessões do 10º Congresso de Treinadores estão disponíveis durante seis meses na plataforma de transmissão AQUI, para ver ou rever e depois ficarão disponíveis no canal Youtube da Confederação de Treinadores.