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Ser Treinador

O segundo dia do congresso abriu com um encontro moderado por Ana Rita Gomes, Professora de educação física/ treinadora de voleibol e com a participação de Alexandre Pinto, treinador de futsal da equipa feminina do Benfica, e de Carlos Resende, antigo andebolista, treinador e professor universitário.

Ser treinador era o tópico proposto para a conversa e a verdade é que os palestrantes tocaram na essência do assunto. Como se fizeram treinadores, quais as competências fundamentais e, até, a relação com os atletas e as suas carreiras dual…

Carlos Resende foi o primeiro a a usar da palavra para partilhar que “nunca na vida pensara ser treinador ou professor”, pois “aos 8, 9 anos queria ser jogador”.

Inicialmente inscrito no curso de engenharia por influência dos pais, acabou por mudar para gestão do desporto. “No final das aulas os colegas vinham conversar comigo, perguntavam se tinha entendido e ali ficávamos. Tive então o privilégio de perceber que gostava de ensinar e descobri que queria ser treinador e professor. Foi algo que surgiu por circunstâncias da vida”.

Já Alexandre Pinto viajou no tempo, também até aos 8 anos, para lembrar uma discussão com uma professora: “Aos 8 anos tive uma discussão com uma professora e disse-lhe que a única educação de que queria saber era a educação física. Pratiquei futebol, futsal, esgrima, hóquei em patins e ginástica, mas nunca tive jeito. Era dali que tirava prazer e percebi que queria ter vida ligada ao desporto. Com 23 anos voltei ao clube de origem: Casa do Benfica das Caldas da Rainha e em vez de ficar como jogador foi-me proposto treinar os juvenis. Foi assim que tudo começou.

Ana Rita Gomes lançou de seguida um dos reptos que mais motivou os palestrantes: Quais as competências fundamentais para o sucesso de um treinador?

Não existe uma receita, mas há aspetos fundamentais como a comunicação, pois estamos a vender uma ideia para os jogadores comprarem. A liberdade é um bem essencial, mas com respeito por toda a gente, o que requer capacidade organizativa”, analisou Carlos Resende.

Alexandre Pinto voltou a usar do humor para dizer uma verdade que muitos reconheceram com sorrisos: “Para um treinador há uma boa dose de esquizofrenia voluntária. Somos um ser que necessita de solidão, mas trabalhamos gerindo sinergias de toda a equipa técnica, direção e jogadores. Por isso, digo que um treinador deve ser fiel a princípios básicos como Justiça e Coerência. Também por isso, a capacidade de comunicação e liderança são essenciais. É preciso ser apaixonado, até obcecado…

Veja todas as fotos do 10º Congresso na Galeria. Recordamos a todos os que participaram, tanto presencial como de forma online, que todas as sessões do 10º Congresso de Treinadores estão disponíveis durante seis meses na plataforma de transmissão AQUI, para ver ou rever e depois ficarão disponíveis no canal Youtube da Confederação de Treinadores.