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O Treinador de jovens

O painel Moniz Pereira, cujo tema era “O Treinador de Jovens” reuniu em Viana do Castelo Paulo Sá, Docente ISMAI e Diretor Técnico Nacional da Federação de Andebol de Portugal; João Simões, treinador de hóquei em patins; Cristina Gomes, treinadora de Ginástica artística; e Nuno Silva, Treinador e Coordenador Técnico de Futsal e Professor no ISMAI.

Com a moderação de Paulo Sá, sempre a pautar o ritmo e a lançar temas relevantes para a ordem de trabalhos, a conversa foi profunda e enriquecedora para todos.

Um exemplo claro ficou evidente com as primeiras perguntas feitas aos palestrantes por Paulo Sá:

Como vamos ter melhores pessoas e treinar os nossos jovens? O que espera um atleta de um treinador? Porque é que os melhores não estão a treinar os mais jovens?

João Simões destacou o privilégio de “22 anos no Turquel”, durante os quais ensinou “crianças a atar os patins, a fazer a pega”, mas também foi o treinador da equipa sénior. “Tudo isso dá uma visão diferente do que é a formação de um jogador. O treinador de jovens tem de conseguir emocionar as crianças, algo que, está provado, ajuda na aprendizagem.

Baseando-se na sua experiência, João Simões assegura ser “o mesmo treinador nos bambis e nos seniores”, apesar de reconhecer que há diferenças. Uma, na prática: “o que existe é uma visibilidade diferente”.

Cristina Gomes prosseguiu, partilhando que “um treinador de ginastas jovens tem de liderar pelo exemplo e não se deixar tentar pelo sucesso imediato” e Nuno Silva defendeu que “os melhores treinadores devem estar onde estão mais adaptados em cada momento”. Nuno Silva, aliás, deu o seu exemplo para justificar as razões de ter deixado a formação: “Eu iniciei na formação e a dado momento entendi que já não tinha perfil adequado, pois o que estava a exigir não estava de acordo com as necessidades dos atletas”.

Tema recorrente quando se fala de formação é o perigo da “campeonite”, neologismo (ou jargão do desporto) que identifica a fúria de ganhar campeonatos, a sobrepor-se à missão de formar desportistas.

Em sintonia com os participantes no congresso, todos os palestrantes manifestaram forte oposição a esse modo de ver a competição, e Jorge Simões foi mesmo mais longe ao defender a competição por grupos de nível, e não baseada em idade dos atletas. Cristina Gomes, por seu lado, partilhou que não raras vezes na coordenação do trabalho alerta outros treinadores para a necessidade de travar o processo de formação, de modo a consolidar a aprendizagem dos atletas e, desta forma, assegurar que no futuro estarão mais capacitados para atingirem níveis superiores.

Veja todas as fotos do 10º Congresso na Galeria. Recordamos a todos os que participaram, tanto presencial como de forma online, que todas as sessões do 10º Congresso de Treinadores estão disponíveis durante seis meses na plataforma de transmissão AQUI, para ver ou rever e depois ficarão disponíveis no canal Youtube da Confederação de Treinadores.