Uma das prioridades dos treinadores portugueses passa pela criação de um Regime jurídico que regule a profissão. A preocupação é antiga, mas as soluções legislativas tardam. Para debater o assunto, situando a realidade portuguesa e comparando-a com a de outros países, subiram ao palco os especialistas Miguel Fernandes (que moderou o painel), Sónia Carneiro e José Ricardo Gonçalves.
Fazendo um esforço constante para manter o debate jurídico em linguagem acessível à plateia presencial e remota, os três mostraram estar alinhados com a preocupação da classe.
Sónia Carneiro, antiga diretora executiva da Liga Portugal, destacou o facto de no futebol profissional existir um contrato coletivo de trabalho, que é possível devido à equiparação da Associação Nacional de Treinadores de Futebol a um sindicato. Algo que nas outras modalidades – e no futebol amador – não é possível.
Entre os três palestrantes, cedo se percebeu, existia consenso: a preocupação dos treinadores faz sentido, é urgente e requer atenção imediata da parte do Estado português.
Como bem resumiu José Ricardo Gonçalves no final da sessão, o debate resume-se em três pontos. É notório que a ausência de um regime jurídico prejudica os treinadores; é fundamental que tal avance por uma questão de segurança dos profissionais e de transparência; e os três concordam que o modelo em que Espanha está a trabalhar é o que melhores garantias oferece: uma solução que assente em dois diplomas distintos, um para regular a atividade do praticante desportivo, outro para regular todas as profissões conexas, incluindo treinadores, fisioterapeutas e nutricionistas, entre outros integrantes de equipas técnicas.
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